Engenharia de Prompt
A Nova Alfabetização da era da Inteligência Artificial Generativa
A Inteligência Artificial Generativa: Entre o Sensacionalismo e a Realidade
A Inteligência Artificial Generativa (IAG) emerge como uma força transformadora, abrindo portas para um futuro de possibilidades inimagináveis. Apesar das reações apocalípticas de alguns e da exploração sensacionalista por parte de políticos, a IAG não é um monstro tecnológico pronto para dominar a humanidade. É uma ferramenta poderosa, como qualquer outra, que pode ser utilizada para o bem ou para o mal.
É importante reconhecer que estamos diante de uma tecnologia em desenvolvimento, com muitas incógnitas e desafios a serem superados. As previsões apocalípticas e as soluções totalizantes propostas por alguns políticos são prematuras e perigosas. Ao invés de alimentar o medo infundado, é necessário direcionar a energia para a construção de um futuro, onde a IAG seja utilizada de forma responsável e ética.
A educação e a capacitação da população para lidar com essa nova tecnologia são cruciais. A IAG não é um fim em si mesma, mas um meio para novos patamares de desenvolvimento social, tecnológico e científico. Cabe à sociedade civil (mormente as empresas que desenvolvem essas tecnologias), em conjunto com a comunidade científica e os órgãos regulatórios, garantir que essa jornada seja conduzida com responsabilidade, transparência e justiça, assegurando que os benefícios da IAG sejam distribuídos de forma equitativa, muito além da igualdade, e que os riscos sejam minimizados.
É fundamental evitar o sensacionalismo e o oportunismo político em torno da IAG. A construção de um futuro positivo com essa tecnologia exige diálogo, colaboração e responsabilidade de todos os setores da sociedade.
Engenharia de Prompt ou Engenharia de Instruções
Em um mundo influenciado pela Inteligência Artificial Generativa (IAG), uma nova habilidade emerge como crucial: a engenharia de prompt[1] ou engenharia de instruções. Essa nova habilidade, que se traduz em um novo tipo de conhecimento ainda em desenvolvimento, refere-se à forma como se interage com os algoritmos de IAG[2] para que eles produzam resultados precisos e criativos.
Já existem profissionais especialistas nessa “nova linguagem”. Algumas empresas que utilizam fortemente a IAG como auxiliar para construção de seus projetos, já selecionam candidatos que explicitem essa habilidade em seus currículos.
Embora existam especialistas em engenharia de instruções, a necessidade dessa habilidade se estende para qualquer pessoa que deseje utilizar a IAG como uma auxiliar importante no dia a dia. A razão é simples: os algoritmos de IA Generativa não “interpretam” a linguagem como fazem os humanos. Eles manipulam símbolos e regras, exigindo uma comunicação específica para que compreendam as solicitações e gerem os resultados desejados.
Essa nova habilidade, surge como a ponte entre a linguagem humana e a lógica simbólica da IAG. Instruções cuidadosamente elaboradas direcionam os algoritmos para gerar textos informativos, traduções precisas, imagens criativas, vídeos e muito mais.
Por que Todos Devem Aprender Engenharia de Instruções?
A engenharia de instruções é a chave para desbloquear o potencial da IAG. Ao investir nessa habilidade, os indivíduos se preparam para um futuro no qual o contato com as máquinas se dará de forma cada vez mais complexa e sofisticada.
Aprender engenharia de instruções oferece diversos benefícios:
Maior produtividade: com instruções eficazes, obtém-se resultados mais precisos e rápidos da IAG, otimizando tempo e trabalho.
Criatividade aprimorada: instruções cuidadosamente elaboradas, permitem explorar novas possibilidades criativas da IAG, expandindo o potencial em áreas como design, escrita e produção de conteúdo.
Melhor comunicação com a IAG: ao compreender como os algoritmos funcionam, o indivíduo se comunica com eles de forma mais eficiente, obtendo respostas mais relevantes e personalizadas.
Preparação para o futuro: A IAG está se tornando cada vez mais presente em nosso dia a dia. Dominar a engenharia de instruções diferencia um indivíduo dos demais, pois permite aproveitar ao máximo as oportunidades que essa nova tecnologia oferece.
Engenharia de Instruções: Explicando o Conceito com Exemplos Simples e Conclusão
A engenharia de prompt é a arte de criar instruções para modelos de linguagem, como o Gemini, Copilot, ChatGPT e outros, para que eles realizem tarefas específicas. Pode-se solicitar ao Gemini, por exemplo, a diferença entre os termos “ética” e “moral”.
Na sequência deste texto estão dois exemplos com conteúdos obtidos a partir de instruções para o Gemini da Google.
No primeiro exemplo já se tem um texto com o conteúdo desejado, mas no segundo exemplo, com a inclusão do termo “tabela”, tem-se os textos apresentados de forma mais organizada.
Embora ambos as instruções solicitem a mesma coisa, o segundo prompt é mais específico e fornece mais informações ao Gemini sobre como apresentar os dados. Como resultado, o Gemini gerou uma tabela mais precisa e organizada.
A engenharia de instruções pode ser usada em diversas áreas para criar diferentes tipos de conteúdo, como:
Pequenos vídeos: instruções detalhadas para a geração de vídeos com animações, personagens e narração.
Imagens: especificar o estilo, as cores e os elementos da imagem desejada a ser gerada.
Textos: instruções para textos criativos, como poemas, roteiros, e-mails, cartas, etc., com instruções específicas sobre o tom, o estilo e o conteúdo do texto.
Quanto mais detalhadas e precisas forem as instruções, mais acurado será o resultado final. A engenharia de instruções abre um mundo de possibilidades para a criação de conteúdo com modelos de linguagem, permitindo a obtenção de resultados personalizados e de alta qualidade.
Primeiro Exemplo: Instruções Simples Para uma Diferença Entre Ética e Moral
Gemini,[3] “Qual a diferença entre ética e moral?”
Assim o Gemini respondeu:
Diferença entre Ética e Moral:
A ética e a moral são conceitos interligados, mas distintos, que se relacionam com o comportamento humano e os valores que o guiam.
Ética:
- Estudo sistemático e crítico dos valores e princípios que orientam o comportamento humano.
- Busca entender o que é certo e errado, justo e injusto, bom e mau.
- Baseia-se em argumentos racionais e universais, buscando fundamentos para a moral.
- Abrange diferentes teorias e perspectivas, como utilitarismo, deontologia e ética da virtude.
Moral:
- Conjunto de normas e valores que regulam o comportamento de um indivíduo ou grupo social.
- Define o que é considerado "certo" e "errado" em uma determinada cultura ou comunidade.
- Baseia-se em costumes, crenças e tradições, podendo variar de acordo com o contexto social.
Manifesta-se através de regras, leis, tabus e códigos de conduta.
Em resumo:
- A ética é a reflexão crítica sobre os valores que guiam a moral.
- A moral é a aplicação prática desses valores em uma sociedade específica.
Analogia:
- A ética é a bússola que guia o navio.
- A moral é o mapa que mostra o caminho a seguir.
Exemplos:
- Ética: Discutir sobre a justiça social, os direitos humanos ou a ética ambiental.
- Moral: Seguir as leis do país, respeitar as crenças religiosas de outras pessoas ou evitar comportamentos considerados antiéticos em sua comunidade.
Segundo Exemplo: Incrementando as Instruções Sobre Ética e Moral
Gemini, “Podes fazer uma tabela comparativa, considerando as diferenças entre ética e moral?”
Neste caso a resposta foi a seguinte:
Esse exemplo muito simples demonstra como a engenharia de instruções é importante para o resultado e porque todos devem aprender a instruir as máquinas de forma mais precisa e elegante.
[1] Opta-se aqui por traduzir esse termo por “instruções”. Utiliza-se no texto às vezes “prompt” e às vezes “instruções”, com o mesmo significado.
[2] Alguns exemplos de plataformas de IAG são: Gemini, Sora, Dall-E, Copilot e ChatGPT.
[3] A plataforma de Inteligência Artificial Generativa (IAG) da Google.
Imagem: Gerada no Copilot a partir de algumas instruções.